O Brasil é um alvo fácil para vazamentos de dados?
- Aline Silva | PhishX
- 20 de jun.
- 7 min de leitura
Atualizado: 27 de jun.
Nos últimos anos, o Brasil tem chamado atenção pelo número crescente de vazamentos de dados.
Organizações de diferentes setores, órgãos públicos e até serviços essenciais vêm enfrentando incidentes que expõem informações sensíveis de milhões de pessoas.
Essa realidade levanta uma pergunta inevitável: por que o Brasil se tornou um alvo tão fácil para os cibercriminosos?
Neste artigo, vamos explorar o panorama atual dos vazamentos de dados no país, entender os principais fatores que tornam as organizações brasileiras mais vulneráveis e, principalmente, discutir o papel das pessoas nesse cenário.
Quer saber como uma mudança de cultura, com foco na prevenção e conscientização, pode fazer toda a diferença para reduzir riscos? Continue lendo esse texto. Afinal, o Brasil não precisa continuar sendo um alvo fácil.
Por que o Brasil é destaque negativo em vazamentos de dados?
Casos como o mega vazamento de 2021, que expôs informações de mais de 223 milhões de brasileiros.
Os ataques recentes a instituições públicas e grandes empresas reforçam o alerta de que dados de milhões de pessoas estão circulando de forma indevida na internet.
Só em 2024, 84,6 milhões de contas de usuários foram comprometidas, o que representa um crescimento de 2.322% em relação a 2023, colocando o Brasil em 7° lugar global no ranking de países mais afetados.
Esse número equivale a cerca de três contas violadas por segundo, resultado em um cenário em que a digitalização acelera mais rápido do que as medidas de proteção.
Um cenário como esse tem gerado repercussão na mídia e colocado o tema da segurança da informação no centro dos debates corporativos e governamentais e a cada novo incidente, cresce a preocupação com os impactos nas organizações.
Diante desse contexto, discutir os vazamentos de dados no Brasil não é apenas necessário, mas urgente.
As organizações precisam entender as causas desse aumento, os principais vetores de ataque e, principalmente, como a conscientização e o fortalecimento da cultura de segurança podem ajudar a reduzir riscos.
O Brasil está no centro dos vazamentos?
Os vazamentos de dados no Brasil têm atingido de forma recorrente alguns setores mais críticos da economia como:
Finanças;
Varejo;
Governo;
Saúde.
Cada um desses segmentos lida com grandes volumes de informações sensíveis, o que os torna alvos estratégicos para cibercriminosos.
No setor financeiro, por exemplo, incidentes envolvendo vazamentos de dados bancários, transações e até chaves Pix têm se tornado frequentes, já no varejo, o crescimento do comércio eletrônico durante os últimos anos também ampliou a superfície de ataque.
Grandes redes varejistas brasileiras já enfrentaram vazamentos que expuseram dados como CPF, histórico de compras e informações de cartões de crédito.
Além dos prejuízos financeiros diretos, essas instituições também sofrem com a perda de confiança dos consumidores, que ficam cada vez mais receosos ao fornecer seus dados em plataformas digitais.
O setor público, incluindo órgãos do governo, também aparece com frequência nas estatísticas de vazamentos.
Casos como o incidente que afetou o INSS em 2024, que resultou em multa por não notificar os titulares de dados sobre o vazamento, reforçam a vulnerabilidade das estruturas governamentais.
No setor de saúde, o risco é ainda mais crítico, vazamentos de prontuários médicos, históricos de exames e dados de convênios não só comprometem a privacidade dos pacientes, mas também podem ser usados em fraudes ou esquemas de extorsão.
Quando comparamos o Brasil com outros países, a situação se destaca negativamente, pois os números reforçam que, apesar de não ser a maior economia global, o Brasil é um dos alvos preferidos pelos cibercriminosos.
Com um volume de incidentes que supera o de países com infraestrutura digital muito mais robusta.
Qual o papel das pessoas nos vazamentos?
Por mais que a tecnologia evolua e novas ferramentas de proteção sejam implementadas, o fator humano continua sendo um dos principais pontos de vulnerabilidade nas organizações brasileiras.
Na maioria dos casos de vazamento de dados, o erro começa com uma ação simples, como um clique em um link suspeito, o fornecimento de informações a pessoas não autorizadas ou o descarte incorreto de documentos com dados confidenciais.
A combinação entre falta de treinamento contínuo e ausência de uma cultura de segurança faz com que muitos colaboradores ainda não reconheçam comportamentos de risco no ambiente digital.
Os ataques de engenharia social, especialmente os baseados em phishing, continuam liderando como principais vetores de acesso não autorizado.
Em 2024, mais de 90% das ameaças cibernéticas no Brasil tiveram origem em algum tipo de interação humana, segundo levantamento da IBM Security, isso porque os criminosos exploram emoções como:
Urgência;
Medo;
Curiosidade.
Visando convencer as pessoas a abrirem e-mails maliciosos, fornecer credenciais ou realizar ações que abrem as portas para invasores.
Mesmo em organizações que já investem em soluções tecnológicas, a ausência de conscientização contínua transforma cada funcionário em um potencial elo fraco na cadeia de segurança.
Outro agravante é o excesso de confiança por parte de profissionais que acreditam estar imunes a esse tipo de ataque.
Essa percepção equivocada, somada à rotina acelerada de trabalho e à falta de políticas claras sobre o manuseio de dados, amplia as chances de incidentes.
Afinal, sem um processo educativo permanente e ações que envolvam todas as áreas da instituição, a tendência é que os erros humanos continuem sendo a principal porta de entrada para os vazamentos.
Quais os impactos dos vazamentos no Brasil para as organizações?
Os impactos de um vazamento de dados para as organizações brasileiras vão muito além da questão técnica. As consequências financeiras podem ser severas, começando pelas sanções previstas pela LGPD.
Além das penalidades legais, há também os custos relacionados à investigação do incidente, resposta emergencial, comunicação com os afetados e contratação de serviços especializados para contenção e remediação.
Sem contar as possíveis ações judiciais e o pagamento de indenizações individuais, que podem gerar prejuízos de longo prazo.
Do ponto de vista da reputação, os danos são igualmente preocupantes, um único vazamento pode comprometer anos de construção de confiança com clientes, parceiros e o mercado em geral.
Além disso, a percepção de que uma organização não cuida adequadamente dos dados que coleta pode afastar consumidores e impactar diretamente as vendas, principalmente em um cenário onde a confiança digital se tornou um diferencial.
Dessa forma, manter a segurança da informação não é apenas uma obrigação legal, mas uma necessidade estratégica para a sobrevivência e o crescimento sustentável.
Qual o caminho para reduzir os vazamentos no Brasil?
É preciso entender que reduzir os riscos de vazamentos de dados no Brasil vai muito além de investir em tecnologias avançadas de proteção.
O verdadeiro diferencial está em fortalecer a cultura de segurança dentro das organizações, envolvendo todos os colaboradores no processo de prevenção.
É fundamental adotar estratégias que vão desde a conscientização contínua até o monitoramento constante de comportamentos de risco, passando por ações práticas como simulações de phishing, treinamentos e o engajamento direto da liderança.
Somente essas ações serão capazes de reduzir os riscos e criar uma cultura forte de conscientização.
Importância da conscientização contínua
A conscientização em segurança da informação não pode ser tratada como uma ação pontual ou uma campanha de curta duração. As ameaças digitais estão em constante evolução e, com isso, os comportamentos de risco também mudam.
Por isso, as organizações precisam estabelecer um processo contínuo de educação, que mantenha os colaboradores atualizados sobre os principais tipos de golpes, as táticas de engenharia social e as melhores práticas de proteção de dados.
Manter o tema presente no dia a dia ajuda a criar uma percepção de risco constante e um senso de responsabilidade coletiva.
Explore os conteúdos
Além de criar uma programação contínua de conteúdos, é importante diversificar os formatos de comunicação.
Materiais interativos, newsletters, vídeos curtos, quizzes e campanhas temáticas são algumas das formas de manter o engajamento ao longo do tempo, pense que a comunicação precisa ser simples, acessível e conectada ao contexto real.
Essas ações são muito importantes e mantém os colaboradores informados sobre o seu papel na segurança da informação.
Simulações de phishing
Uma das estratégias mais eficazes para transformar teoria em prática são as simulações de phishing. Essas ações permitem que os colaboradores vivenciem situações reais de tentativa de golpe, sem o risco de um ataque verdadeiro.
A partir dos resultados das simulações, as empresas conseguem identificar os grupos mais vulneráveis, mapear comportamentos de risco e direcionar ações de correção de forma mais assertiva.
Esse tipo de treinamento contribui para o aumento da atenção dos colaboradores ao lidar com e-mails, links e anexos desconhecidos. Os treinamentos personalizados são um complemento essencial a essas simulações.
Em vez de oferecer conteúdos genéricos, as organizações podem criar trilhas de aprendizagem específicas para cada perfil de risco, área ou função. Isso garante maior relevância do conteúdo e aumenta as chances de retenção do aprendizado.
Engajamento da liderança
Nenhuma estratégia de segurança será bem-sucedida se não contar com o engajamento da liderança.
Afinal, quando os líderes demonstram envolvimento ativo nas iniciativas de conscientização, participam de treinamentos e reforçam as mensagens de segurança nas reuniões de equipe, o tema passa a ser percebido como prioridade estratégica.
Além disso, o exemplo vindo da liderança contribui para quebrar a ideia de que segurança da informação é responsabilidade apenas da equipe de TI.
Outro ponto é que as companhias precisam alocar recursos não só para a compra de tecnologias.
Mas também para o desenvolvimento de campanhas de educação, contratação de especialistas, atualização de políticas internas e realização de auditorias periódicas.
Como a PhishX pode te ajudar?
Um dos grandes desafios enfrentados pelas organizações hoje é transformar a cultura interna para que a segurança da informação seja vista como uma responsabilidade de todos, e não apenas da equipe de TI.
A PhishX é uma aliada estratégica na construção de uma cultura de segurança sólida, oferecendo um ecossistema completo que integra:
Conscientização contínua;
Simulações de phishing;
Treinamentos personalizados;
Ferramentas de monitoramento de comportamento de risco.
Com soluções que vão além da tecnologia, a PhishX ajuda as organizações a envolverem as pessoas no processo de prevenção, transformando colaboradores em uma linha de defesa ativa contra ameaças digitais.
Quer saber como? Entre em contato com os nossos especialistas e saiba mais.

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